quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Doutor, loucura tem cura?


O que diz a ciência médica

Nas atividades do Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec – CEEAK, em busca do entendimento da origem dos transtornos mentais e na procura de uma solução eficaz de ajuda aos portadores dessas patologias, fizemos essa pergunta a diversos psiquiatras e psicólogos:

Doutor, loucura tem cura?

A maioria deu respostas evasivas, outros, mais objetivos, disseram: “Não, mas o paciente pode alcançar uma qualidade de vida aceitável, se tomar os medicamentos recomendados e seguir a terapia prescrita.”

A visão da medicina oficial não está errada, quando seu foco é o corpo. Analisando as inconsistências do aparelho físico, indica medicamentos e terapias que permitam o controle da doença, uma vez que se desconhece a origem do problema e nem se sabe como saná-lo.

Acredita-se que a loucura, termo que usaremos para os distúrbios mentais, é hereditária, estando seus descendentes em risco de adquiri-la no decorrer da vida. Nas grandes empresas, no questionário de avaliação de candidatos, há a pergunta: Tem alguém na família que seja doente mental? Se a resposta for sim, o candidato poderá ser excluído, sem mesmo ter seu currículo considerado. Esse tipo de preconceito, bem como a resposta evasiva dos médicos, mostra o quanto que entendemos da gênese da saúde mental. A visão social é toda voltada às aparências, ao corpo, sem que se volte para a origem do problema.

Por que as estatísticas médicas mostram a incidência da doença na mesma família?

Ela pode aparecer na mesma família por resgate em grupo. Espíritos que abusaram do poder e da força, causando sérios danos a terceiros, acabam por encarnar no mesmo grupo familiar, buscando na oportunidade encarnatória o caminho da regeneração, através da luz do amor e da caridade, ou a purgação da doença pelo sofrimento.

Será que estamos fadados a conviver com a loucura adquirida durante a existência?

Se a resposta for sim, sabendo que a origem está em outra vida, o problema passa a ser castigo de Deus, e isso os Espíritos benfeitores dizem que não existe, pois o Pai é todo poder e bondade. Eles nos dizem que a doença é simplesmente a conseqüência dos erros e não castigo. Portanto, deve haver uma cura, um meio de se desfazer o mal adquirido em quanto em curso da existência.

Como adquirimos as doenças mentais?

Não existe um processo igual ao outro, pois cada um depende do grau de intensidade do erro, das moratórias e interseções oferecidas pelos espíritos benfeitores, porém, descreveremos de forma bem simplificada, objetivando a compreensão da origem, com base na experiência adquirida na direção dessas atividades na casa espírita.

Ao abusarmos do corpo, destruindo órgãos como os pulmões, no caso dos fumantes, o fígado, entre os alcoólatras, o útero, nas mulheres que o destroem com abortos, etc., afetamos o perispírito ou corpo espiritual, nas áreas correspondentes. Encarnando, esse perispírito deficiente servirá de modelo para a formação do novo corpo, que será gerado no ventre da mãe, trazendo as seqüelas causadas na anterior existência.

Esquizofrenia

Enquanto a criatura vive no egoísmo, buscando para si os haveres do mundo, olvidando os ensinamentos do grande Mestre Jesus, que nos trouxe o amor e a caridade como forma de redenção, desencarna, sofre e encarna compulsoriamente(1). Esse ciclo se repete até que suas dores despertem em sua alma o desejo de buscar da luz. Quando essa disposição acontece, encarna com os talentos oferecidos por Deus, trazendo a mediunidade de prova e outras habilidades como a inteligência, o magnetismo pessoal que permite dirigir grupos e até mesmo nações, entre outros, prometendo multiplicá-los em prol da sociedade ou daqueles a quem prejudicou. Ao encarnar, traz na consciência o desejo de cumprir as determinações divinas, mas também o seu livre arbítrio. Convivendo com as facilidades do mundo, esquece do chamado da consciência e volta-se aos apelos do passado, quando o egoísmo fala mais alto nos porões obscuros da mente.

Volta ao mundo espiritual como náufrago e cria um profundo sentimento de culpa ao deparar-se com a verdadeira parábola dos talentos (Mateus, 25:14 a 30) e escuta nos refolhos da mente as perguntas divinas: Que fizeste com os talentos que te dei? A quem ajudaste? Quantas lágrimas enxugaste? Há quantos vestiste e quantos estômagos alimentaste? Depois de muito sofrer, encarna, ainda com a mediunidade de prova, mas sem os demais talentos. Se mantiver o mesmo diapasão vibracional, caminhando nas trilhas do egoísmo, acaba sendo encontrado por aqueles a quem prejudicou, encarnados ou desencarnados, iniciando o processo obsessivo. O sentimento de culpa enfraquece qualquer atitude de resistência, facilitando a coerção mental.

Os algozes desencarnados usam a mediunidade como porta de entrada, iniciando os processos configurados nos comportamentos de crise dos portadores dos diversos transtornos codificados pela psiquiatria.

Transtorno bipolar

O mesmo ocorre nos casos de transtorno bipolar, tendo o espírito obtido
grande inteligência no passado, utilizando-a para seus fins ignóbeis. Encarna num aparelho material limitado e ao entrar em contato com alguém ou algo que o remeta a sentimentos que despertem a lembrança subliminar da vida anterior, busca alçar vôo na plenitude da mente perispiritual, sem que o cérebro material suporte tal elevação. Frustrado, o espírito entra em depressão, qual prisioneiro, limitado ao cubículo da cela em que foi confinado.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)

A dor e o arrependimento resultantes da experiência mal sucedida, imprimem na mente do portador dessa patologia a necessidade equivocada da perfeição. Ao invés de buscar o acerto moral, dirige aos atos mais corriqueiros a ação repetitiva, transformando a vida cotidiana numa tortura comportamental. É comum encontrarem os desafetos durante a existência, causando comportamentos de crises qual as da esquizofrenia.

Deficiências neurológicas congênitas ou acidentais

As patologias mentais congênitas ou adquiridas acidentalmente durante a existência, são conseqüências de graves agressões a nós mesmos ou a outrem, gerando no tribunal da mente, o condicionamento vibracional equivalente. Encarnando, o espírito molda o cérebro do novo corpo, nos mesmos padrões ou busca pela programação superior, o acidente que o levará a enfrentar o mesmo mal causado a outrem. Essas criaturas vêm dependentes de muito carinho e amor, permitindo que com a convivência familiar e social, aprendam os limites das suas ações, respeitando o espaço e a integridade alheia. O trabalho de evangelização na casa espírita contribui sobremaneira para uma vida sadia e aproveitável.

É possível falar sobre cura?

Observados nesses últimos anos, uma série de experiências bem sucedidas, de tratamento de quadros como os descritos a seguir, permitindo que criássemos esperanças para aqueles que realmente buscam a sanidade mental. Alguns estão aliados às colunas de voluntários do CEEAK, outros, buscaram pelas próprias mãos, a forma de regenerar-se, como o caso que contamos a seguir:

Em 2008, eu estava à frente do prédio que abriga nossa casa espírita, conversando com uma das psicólogas do hospital, explanando do nosso desejo de obter mais um espaço a fim de desenvolvermos as atividades sociais e culturais durante o dia. Dessa forma, os clientes conviveriam mais próximos da casa espírita, facilitando a observação e ajuda quando oportuno. É importante ressaltar que esse grupo é muito refratário a tudo que leve a palavra “espírito ou espiritismo”. Um senhor, com presumíveis 40 anos, já meu conhecido, aproximou-se e pediu licença por nos interromper, me dando um forte abraço. Depois ele disse para a minha acompanhante, justificando: “Sabe senhora, fui paciente desse hospital por 18 anos e quando a casa espírita veio para cá, me inscrevi no programa de famílias assistidas e passei a freqüentar as palestras. Hoje sou um homem curado. Há mais de um ano que não tomo mais remédios e já estou trabalhando.” Por ser um dia de semana perguntei o que ele estaria fazendo ali no hospital, durante o dia. E ele respondeu: “É que hoje é minha folga e eu dedico esse dia para ajudar meus companheiros. Sabe seu Humberto, eu queria que o senhor transferisse minha cesta básica para outra pessoa, porque agora eu já me viro sozinho, mas com a ajuda de Deus.”

A resposta à pergunta é sim, podemos ajudar alguns desses irmãos a se recuperarem, em alguns casos da esquizofrenia, TOC e transtorno bipolar, quando identificados no nascedouro, ou seja, nas primeiras manifestações do problema, antes de causarem estragos neurológicos. A ação regenerativa deve ser aplicada na tríade paciente, medicina e terapia espírita, articulada harmonicamente na busca do estabelecimento da saúde mental. Para tanto, as ações devem ser desenvolvidas observando o seguinte processo:

Paciente

O paciente e seus familiares devem buscar a reforma íntima e desejo de obter a cura.

Reforma íntima: Transformação moral com a freqüência à casa espírita nas seções de evangelização e, à medida em adquire equilíbrio, aliar-se numa coluna de ajuda aos necessitados, buscando na troca de energias benfazejas, a higienização do pensamento. Implantação do culto do evangelho no lar, estabelecendo a profilaxia do ambiente familiar, ajudando ou afastando os espíritos com os quais se afinizam.

Desejo de cura: Parece ridículo imaginar que alguém não queira curar-se de um transtorno mental, mas na verdade isso acontece e geralmente por três motivos:

... Sentimento de culpa: Quando o paciente traz nos refolhos da mente um profundo arrependimento e acha que deve ser punido.

... Comodidade: Alguns casos de doença de longo curso, em que o paciente adquire uma situação de dependência do estado ou da família, sem a necessidade do seu esforço na busca da sobrevivência.

... Puerilidade do moral: Por falta de maturidade moral, a criatura continua em busca dos prazeres que o mundo oferece, objeto da sua ruína.

Medicina

A glândula pineal ou epífise é o órgão físico da mediunidade. É através dela que o espírito desencarnado, vivendo na quarta dimensão, entra em contato com o médium receptor, qual uma antena de rádio.

De acordo com a Revista Espiritismo & Ciência - ano 1 nº 3 – nov/2002, reportagem com o psiquiatra Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, diz que “A glândula pineal é um órgão cronobiológico, um relógio interno. A pineal obedece aos chamados Zeitbergs, os elementos externos que regem a noção do tempo. Por exemplo o Sol e a Lua são Zeitberges, que influenciam a pineal, regendo o ciclo do sono e da vigília, quando esta glândula secreta o hormônio melatonina. Portanto, é a melatonina que dá a pineal as propriedades de controlar o relógio biológico das mudanças relacionadas com o sono e a vigília. É isto que dá ao organismo a referência de horário e de tempo. A dimensão espaço-tempo é a quarta dimensão. Por estar relacionada com a noção de tempo, a glândula pineal permite o contato com a quarta dimensão. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que é capaz de captar informações que estão além da terceira dimensão que vivemos como encarnados.

A medicina, através de medicamentos indicados, embotam as antelas da glândula pineal, inibindo a ação dos espíritos obsessores, abrindo portas para que a terapia psicológica trabalhe a compreensão do problema, o comportamento social e familiar.

Terapia espírita

De posse da anamnese do paciente, o terapeuta espírita faz uma entrevista fraterna, procurando identificar a abrangência do problema, o envolvimento familiar e quais os sentidos mediúnicos que estão desenvolvidos. É importante conhecer o grau de intensidade da coerção. Procurar identificar se escuta palavras ou frases repetidas, como “você deve mata-se para acabar com o sofrimento”, “suicide-se”. Isso pode identificar a existência de aparelhos eletrônicos da quarta dimensão, acoplados ao cérebro perispiritual, com vistas à repetição da mensagem, até que o paciente em desespero, cumpra a orientação tresloucada. Nesses casos, a equipe de trabalhadores do mundo maior os desintegra, com a participação do ectoplasma de um médium da casa espírita.

Ao final do trabalho mediúnico, quando não mais forem identificadas manifestações, o que não quer dizer que não haja mais espíritos cobradores, os médicos devem ser informados para que possam observar o paciente com vistas a diminuir a medicação, até eliminá-la.

É imprescindível que as terapias médica, psicológica e espiritual trabalhem em concordância, não sendo uma, obstáculo da outra. Já é hora de nos unirmos, quebrando as barreiras do materialismo, do academismo que a medicina impõe ou a pretensão de que somente com o trabalho espiritual poderemos chegar à solução do problema.

Sedimentando a cura

É de vital importância que o paciente e sua família entendam que eles devem mudar os hábitos de vida, fugindo de vícios, ambientes de baixa vibração, utilizar palavras mal sãs e terem vidas voltadas para o próximo. Afinal, é pela caridade que nós apagamos uma multidão de pecados.

(1) Compulsoriamente – Encarnação em que o espírito não participa da elaboração, sendo atraído ao meio em que mais se afiniza ou que seus orientadores espirituais arquitetarem para seu progresso.

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